segunda-feira, 5 de outubro de 2009

IGREJA SANTA TERESINHA - PADRES


PROJETO PATRIMÔNIO HISTÓRICO - A IGREJA SANTA TERESINHA








Dom Antônio de Almeida Lustosa, no dia 17 de dezembro de 1927, abençoou a pedra fundamental para a construção da Igreja Santa Terezinha. A inauguração se deu no dia 31 de março de 1929.
Com a chegada dos Padres Capuchinhos, no final do ano de 1946, surgiu a necessidade de construção de uma nova Matriz.
As obras da atual Igreja de Santa Terezinha iniciaram-se no dia 07 de janeiro de 1960. Sua pedra fundamental foi benzida por Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, no dia 02 de outubro do mesmo ano. A antiga Igreja pintada de cor rosa, foi demolida em dezembro de 1961. A planta foi desenhada pelo Sr. Nicolau Baldassare, sob a orientação do Vigário da Paróquia. A construção ficou a cargo do engenheiro uberabense João Laterza. “Os trabalhos de decoração e pintura foram entregues aos artistas espanhóis Carlos Fachion Sanchez e Antônio Lopes Dias. Os vitrais foram encomendados à Casa de Vitrais Conrado Sorgenicht S.A., de São Paulo. Os temas foram inspirados na vida de São Francisco de Assis, e principalmente, na vida de Santa Terezinha do Menino Jesus.
No dia 07 de março de 1965, foi celebrada a primeira missa em língua vernácula, na Igreja de Santa Terezinha” (PRATA, 1987, p.131).
A inauguração da igreja nova foi no dia de Santa Terezinha, 1º de outubro de 1962, durante missa cantada pelo coral do Instituto Marcelino Champagnat, dos irmãos Maristas, segundo depoimento do prof. Pedro dos Reis Coutinho, que fazia parte do coral.


60 anos da Paróquia Santa Teresinha II - Carlos Pedroso
Para entender o nome de Paróquia Santa Teresinha, precisamos nos reportar ao segundo bispo de Uberaba, Dom Lustosa, que era padre salesiano, ilustre professor de Português. Nomeado bispo de Uberaba, a 4 de junho de 1924, com posse a 1º de março de 1925. Sendo salesiano, aperfeiçoou o carisma de sua congregação, que é crer ser possível educar a juventude para viver o ideal cristão de fuga a todo pecado. Um aluno salesiano, falecido com apenas 15 anos, a 9 de março de 1857, Domingos Sávio, foi canonizado a 12 de junho de 1954, por ter vivido seu santo propósito: “Antes morrer que pecar”. Outra católica glória de santidade juvenil do século 19 foi Santa Teresinha, falecida em 30 de setembro de 1897 e canonizada a 23 de abril de 1925. Entusiasmado, Dom Lustosa toma posse em Uberaba a 1ª de março de 1925, um mês antes daquela célebre canonização tão festejada e comentada por todo o mundo católico. Uma santinha que viveu só 7 anos em mosteiro carmelita, passou ao mundo a ideia de que santidade é possível até para jovens. Dom Lustosa não perdeu a oportunidade de exaltar a possível santidade mesmo para gente de vida simples. Idealizou a construção do Santuário de Santa Teresinha no bairro Fabrício, na praça Santa Bárbara, hoje Santa Teresinha. A matriz de Uberaba, a Abadia, São Domingos e, naquele tempo, a catedral das Mercês eram as igrejas para as Missas dominicais. Com o Santuário, os fabricianos teriam sua própria igreja. O povo católico aprovou a ideia dessa comemoração da canonização de Santa Teresinha, ali na praça S. Bárbara, hoje S. Teresinha. Mas houve opositores ferrenhos. Ali na praça morava um político muito influente, Sr. Ranulfo Borges, que desejava que a praça tivesse o nome de seu pai, Sr. Aristides Borges. O santuário virou caso de política. O célebre pintor uberabense de fama nacional, José Maria Reis Júnior, autor de um livro sobre a pintura de Belmiro Almeida, escreveu no “Lavoura e Comércio” um artigo afirmando haver aqui igrejas demais. Melhor seria construir um leprosário. Fiscais da prefeitura, instigados pelos ricos Araras e por Sr. Ranulfo Borges, perseguiam aquelas quermesses. A 24 de maio de 1927, D. Lustosa apelou ao Dr. José Ferreira do partido dos pobres, o Pachola. Dr. Ferreira era esposo de Dona Yayá, festeira católica de quermesses. Cessadas as oposições, a bênção da pedra fundamental a 18 de dezembro de 1927, comemorado o evento, no Natal de 1927, com rosas a quem contribuísse. A inauguração do Santuário foi a 31 de março de 1929. Infelizmente, demolido em 1960.

Carlos Pedroso é professor de português, historiador e autor de livros, artigos e ensaios sobre a história de Uberaba

FONTE:


60 anos da Paróquia Santa Teresinha III - Carlos Pedroso
Missionários capuchinhos italianos itinerantes estão presentes no Brasil desde 1538. Em artigo anterior, relembramos a História por que a Paróquia de Santa Teresinha se chama assim. Existe como paróquia desde 20 de agosto de 1946 e sua primeira matriz foi o pequeno Santuário de Santa Teresinha, inaugurado por Dom Lustosa a 31 de maio de 1929. Consta, salvo melhor pesquisa histórica, que a prefeitura cedera metade da Praça Santa Teresinha para espaço do antigo Santuário. Não li tal documento municipal. Se realmente existiu essa “concessão” à Igreja, em metade da praça Santa Teresinha, foi um grande erro histórico a prefeitura ter negado a construção desta atual igreja em frente ao pequeno mas altivo santuário, que não precisava ter sido demolido. Uberaba precisa aprender a não destruir monumentos históricos. Ficariam tão históricas as duas igrejas, uma na frente da outra... Onde hoje é a praça Santa Teresinha era o Largo Santa Bárbara. Era lugar de touradas e de circos. Era também o lugar de corso de blocos carnavalescos ou de “festas carnavalescas que se realizam no mesmo jardim”, segundo o testemunho de uma carta de D. Lustosa ao Dr. José Ferreira, queixando-se de que havia perseguição religiosa contra quermesses em benefício da construção do Santuário de Santa Teresinha, sob o pretexto de desordens e barulho, quando a prefeitura tinha permitido no mesmo local barulhentos circos e festas carnavalescas. Nesse antigo Largo Santa Bárbara, para pedir chuva do céu, eram célebres as procissões religiosas até um tosco cruzeiro ali instalado. Quanto a circos, em Uberaba foi famoso o circo dos irmãos Chirolo com bonecos. O último circo ali instalado no largo foi o Circo Stefanovick, russo, com os palhaços O Bêbado e O Gusta Gusta, em 1926, e foi a primeira vez que Uberaba viu um elefante de circo. Na praça S. Teresinha, se veem sinais de chafariz tendo, até 1969, água corrente e peixinhos. Santa Bárbara é a santa protetora contra intempéries climáticas. Nesse largo, antigamente, havia a antiga tradição de procissões de madrugada em tempo das 4 anuais “temporas” litúrgicas ao início das 4 estações do ano. Eram 3 dias de jejum, quarta-feira, sexta-feira e sábado da terceira semana do Advento, depois da primeira semana da Quaresma, depois da semana que precede Pentecostes e finalmente da terceira semana de setembro. Nessas procissões em madrugadas, o padre ia à frente com o longo e pesado pluvial, rezando longas ladainhas repetidas pelo povo, pedindo boas colheitas a Deus. Com a predominância da população não mais residindo na zona rural, após o Concílio Vaticano II, 1965, a Igreja retirou da Liturgia vários costumes medievais e até o jejum das 4 têmporas do ano. Bom Domingo.

Carlos Pedroso é professor de português, historiador e autor de livros, artigos e ensaios sobre a história de Uberaba
FONTE:

FAZENDO GÊNERO

Desde a literatura clássica, há uma preocupação em caracterizar os textos em uma tipologia geral, de acordo com suas especificidades e diferenças entre si.
Aristóteles e Platão apresentam a distinção em três formas genéricas fundamentais: o lírico, o épico e o dramático, cujas características são diferenciadas pelos modos de imitação ou representação da realidade, tendo como princípios o modo de enunciação. Platão e Aristóteles propuseram também subdivisões dos gêneros, em função de suas especificações de conteúdo. São estes: o ditirambo, a epopéia, a tragédia e a comédia.
Seguindo esta evolução, o conceito tradicional de gênero textual compreende a concepção clássica dos gêneros narração, descrição e dissertação ou argumentação. Ela foi por muito tempo praticada nas escolas sob o nome de redação. Todavia, reconhecer nas unidades textuais apenas essas três formas de produção, exclui da prática escolar o exercício autêntico da linguagem, uma vez que essa tipologia redacional é vazia de realidade sociointeracional.
As teorias mais recentes sobre os gêneros textuais estão mostrando que essa classificação não dá conta das diferentes práticas sociais da fala e da escrita, uma vez que não são reconhecidas pelos usuários da língua como objetos de interação.
Segundo Todorov, os gêneros antigos não desaparecem, apenas são substituídos por novos gêneros, em virtude dos avanços tecnológicos do mundo contemporâneo. Devido à sua dinamicidade e à variabilidade, a concepção de gênero não se limita mais ao estudo da literatura clássica.
Na atualidade há uma proliferação de textos que mesclam uma variedade de gêneros, permitindo-os um caráter volúvel, sujeitos a mudanças e relações com outros gêneros, resultando, a partir disso, em novos gêneros, os chamados híbridos.
Há também os gêneros intercalados, como as cartas, os manuscritos, as citações, que apresentam uma pluralidade de estilos e características de diversos gêneros. Embora diferentes, cada gênero apresenta uma estrutura básica específica que o caracteriza de acordo com a produção, recepção, o texto e o contexto em que se encontram. São três os elementos principais em que devemos nos fundamentar para verificar o gênero a que pertence determinado enunciado.
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DEFINIÇÃO DE GÊNEROPara Bakthin gênero são tipos relativamente estáveis de enunciados elaborados nas diferentes esferas sociais de utilização da língua.Gênero é uma classe de eventos comunicativos, os quais são delimitados por objetivos comunicativos (tema, estilo e estrutura esquemática).
Para Marcuschi (1996: p.4), gêneros são "modos de organização da informação que representariam as potencialidades da língua, as rotinas retóricas ou formas convencionais que o falante tem à sua disposição na língua quando quer organizar o discurso." O mesmo autor (2002:p.19) concebe os gêneros textuais "como fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social" e acrescenta: "os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia". No entanto, ele adverte que "os gêneros não são instrumentos estanques e enrigecedores da ação criativa", muito pelo contrário, eles se caracterizam "como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos".
Marcuschi, ao considerar os gêneros textuais, aborda a imprescindibilidade de tratá-los como fenômenos históricos, relacionados com a vida cultural e social. O autor ressalta que os gêneros surgem, proliferam-se e modificam-se para atender as necessidades socioculturais e às inovações tecnológicas. O autor pontua que: "[Os gêneros textuais] Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio-culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades anteriores à comunicação escrita." (2002: 20)
Marcuschi faz a distinção entre gênero, forma concretamente realizada, encontrada nos diversos textos empíricos; e tipo textual, constructo teórico, que abrange categorias determinadas.Conhecer determinado gênero significa se capaz de prever regras de conduta, seleção vocabular e estrutura de composição utilizadas.São três os elementos principais que caracterizam o gênero: conteúdo temático (assunto, a mensagem transmitida); o plano composicional (estrutura formal dos textos pertencentes ao gênero); o estilo (leva em conta as questões individuais de seleção e opção: vocabulário, estruturas frasais, preferências gramaticais).Esta abordagem teórica, que conduz a uma nova prática de tratamento da linguagem na escola, vem em substituição à classificação tradicional, à trilogia clássica que compreende narração, descrição e dissertação.
CLASSIFICAÇÃO DOS GÊNEROSDevido à extrema heterogeneidade dos gêneros do discurso, Bakthin optou por dividir os gêneros em dois tipos: Gênero Primário (simples) e Gênero Secundário (complexo).
Os chamados Gêneros Primários são aqueles que provêm de situações de comunicação verbal espontânea, da vida cotidiana: linguagem oral, diálogos com a família, reuniões de amigos, etc.
Os Gêneros Secundários envolvem uma forma mais elaborada de linguagem, normalmente a escrita, para construir uma ação verbal em situações de comunicação mais complexas e relativametne mais evoluídas, abrangendo assuntos artísticos, culturais, políticos, etc. Esses gêneros modificam os Primários, que passam a ter características mais complexas e elaboradas. Bakthin traz como exemplo uma carta ou um diálogo cotidiano da realidade comunicativa, que, quando inseridos em um romance, desvinculam-se da realidade comunicativa imediata, só conservando seu significados no plano de conteúdo do romance. Ou seja, a matéria dos Gêneros Primários e Secundário é a mesma, o que os diferencia é o grau de complexidade e elaboração em que se apresentam.Seguindo a linha bakthiniana dos Gêneros Primários e Secundários, surge, através do advento da internet, um novo cenário de enunciação, virtual e mais complexo - o ciber ou hiper espaço -, os chamados Gêneros Terciários, em que leitor e escritor se encontram diante de novos processos de produção e compreensão textuais, construídos em um novo suporte eletrônico - o computador-, de novas formas de linguagem, de um novo código, de uma nova comunicação hipertextual, de um novo estilo de ler e escrever ( e de "conversar", usando o teclado). A acelerada evolução da tecnologia de comunicação vem propiciando o surgimento de novos gêneros e a renovação de outros, para se adaptarem ao meio eletrônico. Consequentemente, novas estratégias de seleção e distribuição do conteúdo são empregadas e novos recursos linguísticos são criados para agilizar a transmissão de informações no ambiente virtual. E é através da emergência de novos gêneros discursivos e textuais (terciários) que surgem os gêneros virtuais.
GÊNEROS VIRTUAISGêneros virtuais é o nome dado às novas modalidades de gêneros textuais, surgidas com a internet, dentro do hipertexto (texto que vem acompanhado de vários links possibilitando uma leitura não linear do mesmo, já que o leitor se encontra livre para modificar o caminho de sua leitura acessando quando acessa tais links), permitindo a comunicação e a interação entre duas ou mais pessoas, mediadas pelo computador. A internet veio inaugurar uma forma significativa de comunicação e de uso da linguagem. Os principais gêneros virtuais são: os e-mails, os chats ou salas de bate-papo, as listas de discussão, os weblogs (blogs), etc.Acrescenta-se, ainda, que a internet possibilitou a crialção de um novo espaço para a escrita, permitindo também a ampliação da concepção de texto, que, no espaço virtual, carrega marcas da oralidade e representa um hibridismo entre a modalidade oral e escrita. Assim, o texto passa a ser dinâmico e interativo, sendo escrito por várias mãos.Neste sentido, é função do professor fornecer ao aluno o conhecimento e a elaboração de diferentes gêneros discursivos/textuais, permitindo-lhe empenhar-se na realização consciente de um trabalho linguístico que realmente tenha sentido para si. Isso só é conseguido, à medida que a proposição textual seja bem clara e definida. É necessário que o aprendiz possa sentir que realmente está produzindo para um leitor (que não deve ser apenas o professor), eliminando a exclusividade das situações artificiais de produção textual, tão presentes no cotidiano da escola.
TRATAMENTO DOS GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA DE AULATendo em vista que todos os textos se manifestam sempre num ou noutro gênero textual, um maior conhecimento do funcionamento dos gêneros textuais torna-se importante tanto para a produção quanto para a compreensão. È é sob esta perspectiva que os Parâmetros Curriculares Nacionais sugerem, quando mencionam que o trabalho com texto deve ser feito na base dos gêneros, sejam eles orais ou escritos.Além disso, considerando as inovações tecnológicas e textuais já mencionadas, é preciso que o professor esteja atento ao que acontece na sociedade e a sua volta, às suas experiências e às dos alunos, para partilhar e aprender com eles sobre os gêneros que estão sendo utilizados nos mais variados contextos, sobre os propósitos comunicativos que os movem e os efeitos pretendidos em cada situação particular, levando sempre em conta o destinatário, ou seja, a quem serão voltadas as atenções do emissor para alcançar os propósitos comunicativos de cada ação que se concretiza na linguagem verbal.Cabe ao professor propor atividades que promovam a ativação do conhecimento de gêneros estabelecidos socialmente e na comunidade discursiva do aluno, por meio de exercícios de análise e reconhecimento das propriedades comunicativas e formais de cada um, realçando seus efeitos comunicativos, em função dos interlocutores nas situações concretas de comunicação. Para tanto, o professor precisa ter uma base teórica atualizada para orientar a construção de sua prática pedagógica, um conhecimento de teorias que lhes dê os subsídios necessários para promover, sempre que possível, experiências autênticas de uso da linguagem. As atividades de leitura e produção devem oportunizar aos alunos um exercício de reconhecimento e análise de gêneros textuais que circulam na sociedade, muitos dos quais fazem parte do cotidiano deles.A escola tem a responsabilidade de instrumentalizar os seus alunos para usos autênticos da linguagem. Ensinar o domínio da Língua Portuguesa significa ensinar os alunos a escolherem o gênero adequado a cada situação comunicativa e a usá-lo, com propriedade e segurança, em suas experiências de vida fora da escola.
Texto produzidos por Carla
Referência:
http://fazendogenero2.blogspot.com/2005/11/blog-post_113217559911664948.html

O INTERNETÊS: A MAIS NOVA FORMA DE LINGUAGEM

Daniela Sacramento de Jesus[1]
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RESUMO: Esse artigo tem como objetivo abordar a linguagem do internetês e o que a mesma tem provocado no desempenho da escrita dos alunos, a fim de trazer soluções plausíveis sobre a postura que o educador deve ter diante dessa problemática dentro da sala de aula.
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PALAVRAS CHAVES: internetês, professores, alunos, internet, linguagem e comunicação.
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1.O QUE É O INTERNETÊS?
O internetês é uma linguagem digital originada dos chats de conversação, mensagens de celular, blogs (diários virtuais), icq (programas de comunicadores instantâneos) e sites de relacionamento. Essa nova forma de comunicação está fundamentada na simplificação informal da escrita, com o objetivo principal de tornar mais rápida a comunicação, fazendo dela uma linguagem taquigráfica, fonética e visual. As principais características que podem ser observadas no internetês são as abreviações (fds, td, blz, etc.), os símbolos visuais (emotions), símbolos gráficos, etc. Porém, essa linguagem tem “invadido”o âmbito escolar “atrapalhando” e “confundindo” a escrita dos alunos causando assim polêmica e repúdio de alguns professores e pais que se sentem confrontados, muitas vezes sem saber como lidar com esse novo mundo, o digital. É justamente por essa falta de contato com esse contexto cultural atual que ambos se sentem intimidados. Sendo assim, qual é o papel da escola e especificamente do professor: ser intolerante às novas formas de tecnologia, ou encontrar um meio de interagir com seus alunos e o corpo escolar como um todo (isso inclui também a comunidade) a fim de garantir a livre expressão, não deixando de levar em conta a importância da nossa língua padrão?
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2.IMPORTÂNCIA DO INTERNETÊS:
Para muitos autores, os blogs, chats e comunidades virtuais, entre outras formas de literatura do ciberespaço, podem desenvolver o autoconhecimento da criança e do adolescente. Porém outros escritores e linguistas, assim como o senso comum, pensam que o internetês ocasionará a extinção da nossa linguagem padrão. Pode-se analisar que o medo do novo é inerente a todos os indivíduos, pois quando não conhecemos algo, ficamos confusos em meio a duas direções: ou nos aproximamos, a fim de entender o que está acontecendo, ou nos afastamos, com medo de nos machucarmos. Esse estranhamento é extremamente natural, porém deve se desconstruir aos poucos a partir do momento em que as pessoas começarem a se apropriar do universo virtual e consequentemente entender que essa nova forma de comunicação não tornará a escrita padrão extinta.
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3.OUTRAS LINGUAGENS VIRTUAIS:
Segundo a wikipédia[2], a linguagem digital não possui uma linearidade, por isso existem outras formas de comunicação mais complexas que o internetês. É o caso do miguxês, termo popular usado para definir uma forma de grafia, a qual tem como referência a linguagem infantil, sendo difundido na internet por um número significativo de adolescentes, particularmente de uma tribo chamada “emocore” ou “emo”. Contudo, o miguxês não se confunde com o internetês por não se limitar somente à internet, muito menos servir para tornar a comunicação mais rápida . O que acontece é o inverso, pois, essa forma de escrever é ainda mais trabalhosa que a escrita padrão, pois, utiliza-se do recurso de alternar letras maiúsculas com minúsculas e substituir o s por x. O nome miguxês é um termo oriundo de miguxa, um hipocorístico para “amiga”. Já o leet é uma forma de escrever o alfabeto substituindo as letras por outros símbolos, como números . O leet entra em ação como uma subcultura ligada ao universo dos jogos de computador e internet, usado para confundir os iniciantes propositalmente, sendo que para os usuários mais antigos, essa linguagem se reflete numa auto-afirmação do grupo. Dessa forma, essas linguagens virtuais se configuram de acordo com a identidade cultural de um determinado grupo de pessoas, pois, as mesmas são utilizadas como um meio de comunicação particular entre indivíduos que possuem interesses comuns.
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4.O INTERNETÊS REALMENTE INTERFERE NO DESEMPENHO DA ESCRITA DOS ADOLESCENTES?
Em meio a toda variedade lingüística, muitos autores, professores e pais são contra a essa nova maneira de escrever, porque acreditam que a mesma está modificando a nossa gramática, o que não condiz com a prática, pois, a língua é tão dinâmica que muitas gírias já foram incorporadas ao nosso vocabulário dito formal (o termo internetês ainda não foi inserido no nosso dicionário) . Por que então isso aconteceria com o internetês, uma vez que o mesmo não deixa de ser uma linguagem que está ligada à uma nova cultura?
Apesar de ser uma linguagem que não possui regras estabelecidas já que as mesmas são construídas pelos próprios usuários (Isso é interessante porque da mesma forma que falamos de um jeito diferente, podemos utilizar o internetês de maneira também particular), o objetivo central é se comunicar de um modo que o receptor entenda o que está sendo escrito.
Diante desse contexto, a escola exerce um papel crucial em meio a essa questão, pois é papel do professor orientar quando e onde seus alunos(as) podem utilizar determinada linguagem. Nós, como futuros educadores, devemos nos familiarizar com as múltiplas linguagens, assim como a difusão das tecnologias, dos neologismos, expressões e as diferentes formas de articulação. Apesar da existência da falta de interesse de alguns educadores em relação a esse novo mundo, ser bastante presente, é necessário refletir a educação associando-a ao uso da tecnologia digital, já que a mesma faz parte do nosso contexto atual. A flexibilidade e a abertura para o intercâmbio de conhecimentos novos deve ser uma atitude contínua no cotidiano dos professores e especialistas da educação e como o uso da internet está se difundindo tanto nas escolas públicas, quanto nas particulares - pois a maioria dos estudantes tem acesso à rede, tanto em lan-houses e infocentros, quanto em suas casas e nas escolas - torna-se um dos papéis do educador preparar seus educandos para usar de maneira crítica as inúmeras formas de comunicação escrita empregando-as corretamente.
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5.COMO O PROFESSOR PODE TRABALHAR O MUNDO VIRTUAL COM SEUS ALUNOS?
“Não queremos a Internet nas escolas, mas as escolas na Internet. É uma diferença fundamental. Eu quero ir ao Louvre ou a uma biblioteca na rede, mas quero também estar presente com meus valores emocionais, culturais e sociais na rede. Estando preparado para gerar conhecimentos no plural, poderei visitar outros conhecimentos... (PRETTO, Nelson De Luca. O futuro da escola,1999)”.
De acordo com a citação acima, as escolas devem levar em conta o contexto sócio-cultural dos seus alunos, estabelecendo uma relação com o que acontece na atualidade em nossa sociedade. Sendo assim, o mundo virtual deve fazer parte do âmbito educacional, não somente como um discurso “vago” de inclusão digital, a qual não acontece na realidade, mas como parte do processo de ensino-aprendizagem, que através da utilização da rede seja como fonte de pesquisa, entretenimento ou como meio de divulgação intelectual e troca de conhecimentos, etc, virá a proporcionar mais rapidamente a interatividade entre todo o corpo escolar. Dessa forma, professor deve utilizar como conteúdos os sites mais visitados por seus alunos: orkut, chats, etc, a fim de trabalhar porque o internetês é utilizado nesses espaços e discutir as regras da língua portuguesa, assim como a história da sua evolução. Uma outra forma interessante e prazerosa é a criação de um blog feito pelos mesmos, o qual terá como objetivo a publicação das impressões sobre as aulas, além de servir como um jornal virtual sobre os acontecimentos culturais da instituição e da comunidade, além disso, esse seria o espaço dentro do ambiente escolar no qual seria possível o uso livre da linguagem padrão, o professor então não deve comparar ou diferenciar a linguagem formal do internetês, mas, deve informar aos seus alunos sobre os ambientes em que as mesmas podem ser usadas (até porque se quisermos transgredir a nossa gramática, devemos entender como a mesma funciona, cabe ao professor deixar isso explícito).
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CONCLUSÃO:
Nós educadores devemos ser flexíveis às mudanças que ocorrem na nossa sociedade, levando para sala de aula o contexto cultural e social dos nossos alunos. Dessa maneira estabeleceremos um diálogo contínuo tanto com todo o corpo escolar (alunos, funcionários,etc.) quanto com os pais sobre a importância da utilização das novas tecnologias no âmbito educacional a fim de inserir toda a comunidade no mundo digital.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Wikipédia: A enciclopédia livre. Internetês[online] Disponível na internet via WWW. URL:http://pt.wikipedia.org/wiki/Internetês. Última atualização em 25 de novembro de 2007
FERREIRA, António Miguel. Dicionário De internetês.[online] Disponível na internet via WWW. URL: http://homepage.esoterica.pt/~amcf/internetes.html. Última atualização em 18 de agosto de 1995
HANSEN, Karla. Internetês: ameaça a língua portuguesa[online] Disponível na internet via WWW. URL: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materia.asp?seq=227. Última atualização em 11 de abril de 2005
[1] Aluna graduanda em pedagogia 4° semestre, pela Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação.CC
[2] Enciclopédia multilingue on line,a qual é escrita por pessoas de todo mundo de forma colaborativa e voluntária. Sendo assim, todos artigos publicados estão sujeitos a mudanças, desde que as mesmas preservem os direitos de cópia e modificações já que o conteúdo da wikipédia está sob responsabilidade da GNU/FDL(é uma licença para documentos e textos livres publicada pela Free Software Foundation. A GNU FDL permite que textos, apresentações e conteúdo de páginas na web sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, porém, alguns direitos autorais e sem permitir que essa informação seja utilizada de maneira incorreta).

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